S�bado, Mar�o 13, 2010
Bullying e ... mais o qu� ?
Com tudo o que tem vindo a ser e n�o ser dito em rela��o ao caso do pequeno Leandro, que se afogou no Rio Tua, em Mirandela, supostamente em repres�lia por pr�ticas menos decentes por parte dos colegas da escola, que lhe ter�o gerado transtornos de forma t�o graves que o levaram a optar pela pior das solu��es - o suic�dio - eu queria deixar aqui a minha opini�o pessoal em rela��o a este tema, que � caro para mim.Eu tamb�m fui alvo destas pr�ticas quando era mi�do e, nessa altura, o termo bullying ainda n�o estava em voga ou ainda n�o tinha sido inventado, e lembro-me de como era, normalmente um colega de turma que n�o tinha notas muito famosas ou deveria ter um mau ambiente familiar largava a sua frustra��o no mi�do mais indefens�vel do grupo - eu. Fui alvo destas brincadeiras indecentes desde 10 at� aos 14 anos e, na maior parte das vezes, os praticantes do bullying eram quase sempre do mesmo cariz - rapazes a quem a escola n�o lhes dizia grande coisa e que acabavam por desistir dos estudos mais tarde ou mais cedo. Eu, como nunca fui fisicamente muito dotado, socorria-me de pr�ticas de "guerra psicol�gico", como por exemplo, fazer uma lista que eu alcunhava queridamente de "Lista Negra" e, por cada abuso de que era alvo, ia fazendo um risquinho, para, quando, ultrapassasse um determinado valor cr�tico, vamos dizer, talvez, 10 abusos, eu iria denunciar o colega menos simp�tico junto das autoridades da escola. Outras vezes tinha de usar t�cnicas de dissuas�o mais directa como por exemplo uma vez que cheguei a amea�ar p�r veneno para as formigas na comida de algu�m me andava a chatear demasiado. Passado ao 10� ano, j� tive oportunidade de ter colegas mais motivados com os estudos e, assim sendo, j� n�o fui tantas vezes abordado por esta gente menos querida. Mas mesmo assim, no 11� ano, havia uns fulanos que me insistiam nas salas de aula, nas cadeiras mais para tr�s, de sussurrar o meu nome em voz muito baixinha, n�o sabendo eu com que intuito seria, de querer algum favor da minha ou simplesmente revelar uma personalidade mais inst�vel. Mas a hist�ria repetia-se sempre: o bully (vamos chamar assim o sujeito activo do bullying, aquele que violenta o mais fraco) tinha sempre maus resultados, n�o que isso me desse um certo gozo de vingan�a, mas a hist�ria era sempre a mesma - algu�m com uma personalidade pouco consolidada, que desancava as frustra��es em algu�m com menos capacidades de se defender.
At� com 22 anos, na Universidade, voltei a ser alvo destas tretas e pensava eu que j� tinha idade suficiente para estar rodeado de colegas com ju�zo. Engano meu, pois a idade mental m�dia dos alunos que chegam ao 1� ano dos cursos parece continuar a ser a de um adolescente trapalh�o, algo que eu, definitivamente, j� n�o era.
Se algu�m que estiver a ler estas linhas me conhece pessoalmente e que participou nestes epis�dios da(s) minhas/nossas inf�ncia(s) sinta alguma nostalgia em me querer voltar a praticar bullying - tenha cuidado, porque eu agora ando a frequentar muscula��o em gin�sio empenhado em querer resolver estas situa��es logo de in�cio. E, para mais, pode ficar descansado, porque eu n�o vou revelar o nome dos bullies que me andaram a fazer a vida negra j� h� mais de uma dezena de anos. Enfim, coisas do passado... mas infelizmente crian�as continuam a haver e enquanto houver mi�dos, ir� sempre continuar a haver bullying. Quando eu tiver oportunidade de ser pai, ai de algum menino que se queira armar em bully para com um dos meus filhos, vai ser logo recambiado !
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