Domingo, Outubro 30, 2005

Ano terr�vel

Cumprem-se depois de amanh� (1 de Novembro, ter�a-feira) dois s�culos e meio que o nosso pa�s e vizinhos foram sacudidos pelo grande terramto de 1755. Se tivesse tido lugar nos nossos dias, os resultados seriam em princ�pio semelhantes aos do grande sismo que teve lugar no dia a seguir ao Natal no sudoeste asi�tico. N�o sei de quais s�o as possibilidades de ocorrer um fen�meno de semelhante magnitude na nossa regi�o do planeta (um em cada mil anos, talvez?). Este �ltimo ano (apesar do sismo na sudoeste asi�tico ter ocorrido ainda no ano passado) vai ficar bastante na mem�ria colectiva como um ano de calamidades naturais, principalmente por culpa dos furac�es que t�m aparecido em n�mero e propor��es perfeitamente fora do vulgar. N�o deve vir a prop�sito, mas pus para ilustar este post o cartaz de promo��o do filme O Dia Depois De Amanh� (t�tulo original The Day After Tomorrow), que descreve uma situa��o (extremamente improv�vel) em que o planeta entra numa nova Era do Gelo no espa�o de tr�s dias ap�s tempestades de dimens�o planet�ria devastarem todo o planeta. Foi o filme em que, pelo menos para mim, at� agora tratou de forma directa as consequ�ncias para o clima das ac��es humanos cometidos durante dois s�culos de industrializa��o. Para n�s que somos jovens, como eu, aguarda-nos todo um futuro de incertezas em que teremos de ser n�s a pagar pelos erros dos nossos pais e av�s que agora nos deixam um mundo para o qual em pouco contribu�mos para termos que merecer esta heran�a pesada que nos deixaram.

Ter�a-feira, Outubro 04, 2005

Faz quase tudo bem mas...

... � o que eu posso dizer da minha �ltima aquisi��o, o leitor digital de MP3 da Omisys que adquiri na loja on-line da MINFO. Quase tudo bem, porque, apesar de ter um �udio espectacular, e ler praticamente todos os formatos de m�sica digital, desiludiu as minhas expectativas por causa que na descri��o que vinha no site da MINFO afirmava que possu�a um r�dio FM incorporado. � verdade que o produto era barato, tudo bem, mas sinceramente, pensava que o r�dio estivesse no pr�prio aparelho e eu, que quando comecei a explorar o leitor e n�o vi no menu principal a op��o "R�dio FM" (que, de acordo com o manual, era opcional), comecei a chatear-me e depois no fim descobri que a funcionalidade de r�dio FM era um extra que vinha nos pr�prios fones (isto �, os fones eram eles pr�prios, uma antena com receptor FM), mas sinceramente, esperava um pouco mais daquilo. E o r�dio FM n�o era mais que um receptor na ponta de bifurca��o dos dois canais dos fones, tinha dois bot�ezinhos sem qualquer display da frequ�ncia que queremos sintonizar. Um dos bot�es para voltar para o princ�pio (frequ�ncia 87 MHz, o limite da banda � esquerda) e outro para puxar para frente. Mas que m... apetece dizer, depois que vinha na descri��o do produto que vinha na loja on-line. Para sintonizar a antena 1 tive que ligar outro r�dio na antena 1 para depois ter a certeza que era mesmo a Antena 1 quando chegasse �s cegas e por acaso l� naquela treta... que ainda precisa de uma pilha de l�tio para funcionar. E eu pergunto: ser� que um r�dio, mesmo com aquelas dimens�es m�nimos, n�o consumir� energia que gaste num instante toda a carga ? E o que dizer do manual em portugu�s ? Bah ! S� porque a lei portuguesa obriga a que todos os produtos vendidos em espa�o nacional tenham que ter instru��es na l�ngua de Cam�es, o que me apareceu foi um CD dizendo que tinha um manual com um ficheiro que nem extens�o tinha. Tive que ir por palpites se seria um DOC ou PDF. Experimentei a p�r a extens�o para DOC e acertei � primeira. E isto s� eu porque percebo de Inform�tica, agora o consumidor final que n�o percebe nada como se desenrasca ? Tudo bem que o produto tinha o b�sico que queria e o som � excelente, mas estes pequenos detalhes... uma pessoa est� � espera duma coisa e depois sai-lhe o tiro pela culatra, � preciso pensar ou perguntar primeiro aquilo em que se est� a meter antes de arriscar uma decis�o.

S�bado, Outubro 01, 2005

Battlestar Galactica - a fic��o e os dias de hoje

A nova vers�o da Battlestar Galactica, trazido de volta ao activo pelo Sci-Fi Channel, 25 anos depois, cont�m toda uma s�rie de quest�es do mundo actual que se encontra "embebebida", digamos assim, no argumento da s�rie. A mais evidente � sem d�vida os novos Cylons, que podem assumir forma humana, podendo assim passar perfeitamente despercebidos por entre os humanos verdadeiros. Ora, isto � reminiscente do que passa nos dias de hoje, em que os terroristas vivem entre n�s e podem, de um momento para o outro, perpetrar actos b�rbaros no seio da comunidade onde viviam, traindo as expectativas das pessoas que os conheciam, e que os julgavam, nalguns casos, como cidad�os vulgares. Se forem visionadores ass�duos da �ltima s�rie, lembrar-se-�o que existe um epis�dio que esta analogia salta descaradamente � vista. No 5� epis�dio da 1� temporada, "Litmus", um cylon humano faz-se de "homem bomba", completamente carregado de bombas dos p�s � cabe�a. Realmente, parte da receita de sucesso de uma s�rie televisiva passa por integrar a realidade dos dias de hoje, de forma que os espectadores experimentem os seus receios e d�vidas que n�o s�o apenas seus, mas integram o inconsciente colectivo da humanidade dos dias de hoje. Para al�m deste pormenores, os produtores da nova s�rie entendar aos cylons humanos mais do que simples carne, osso e pele humana: os cylons s�o crentes na exist�ncia de um Deus que, atrav�s deles, far� a Humanidade das Doze Col�nias pagar pelos seus pecados. Isto seria a justificativa do holocausto de um sistema solar inteiro por parte dos Cylons. Nada mais do que isto nos p�e em presen�a do fundamentalismo isl�mico de que a organiza��o Al-Qaeda � a mais vil representante. Assim, os cylons humanos s�o perfeitamente humanos, mas t�m um programa a cumprir: alguns deles nem s�o conscientes que s�o cylons, e alguns cumprem o seu programa sem estarem sequer conscientes disso. Ora, tamb�m os terroristas isl�micos v�m imbu�dos de uma miss�o, que � perpretar os seus actos, sem questionarem sequer a raz�o ou as consequ�ncias dos seus actos, assemelhando-se assim, aos "cylons" da Galactica. Muitos mais paralelos podem ser estabelecidos, e eu aqui limitei-me a referir apenas uns poucos. Os que eu voltar a relembrar, irei explorar em futuros artigos.