No meu projecto
Rota da Costa, relativamente ao pr�ximo percurso que vou efectuar, de Fonte da Telha ao Meco, tive necessidade de saber se o �nico obst�culo natural com que iria ser confrontado -
a Lagoa de Albufeira - , n�o viria afinal a ser uma dificuldade. Isto porque tinha ouvido dizer que a liga��o da lagoa com o mar estava aberta e, assim sendo, n�o teria sido poss�vel concretizar o objectivo a que me propunha.
N�o tendo formas de confirmar ou n�o essa informa��o (se a lagoa tava aberta ao mar ou n�o) decidi juntar o �til ao agrad�vel e tornar a forma de resolver essa d�vida o objectivo do meu pr�ximo passeio de Bicicleta.
Assim sendo, sa� da casa em Cruz de Pau hoje a caminho da Lagoa, usando o percurso desenhado no Google Earth, da mesma forma que teria sido se tivesse usado um autom�vel. A bicicleta que usei era emprestada. O dia esteve agrad�vel depois de uma semana molhada, em tudo convidativa portanto a um actvidade agrad�vel ao ar livre.
Tenho que dizer que quem vai pela estrada que vem de Almada e vai para Sesimbra (N10) � sem d�vida a mais agrad�vel que se pode ter, visto que da Cruz de Pau at� ao Fogueteiro (quando passa por baixo da A2) o percurso � continuamente descendente, n�o podia ser melhor para aquecer os m�sculos para quem vai de bicicleta. O �nico sen�o: os sem�foros que aparecem continuamente a cada 50 metros, obrigando-nos a parar quase constantemente. A isto juntando o facto de agora finalmente disp�r de um fato de ciclista, foram os ingredientes que proporicionaram o desfecho inesperado de conseguir fazer o meu percurso mais longo que alguma vez fiz num s� dia - 45 km.
Depois de passar pela A2, o percurso foi de subida gradual e lenta, atravessando a povoa��o de Fern�o Ferro at� chegar � rotunda � sa�da. Virando-se na indica��o que diz "Lagoa de Albufeira" e Alfarim, o percurso torna-se extremamente f�cil, visto que � praticamente a descer desde uns 300 m de altitude at� chegar a altitudes de menos de 100m.
A Lagoa de Albufeira � um bra�o de mar que se estende por terra adentro e �, em termos geotemporais, actualmente, uma resto vestigial de um amplo bra�o que, muito provavelmente, poderia alcan�ar extens�es semelhantes ao do actual estu�rio do Rio Tejo.
Sup�e-se mesmo, em termos pr�-hist�ricos, aqui seria a antiga foz do Tejo. Isto porque a estrada vai passando por cima de toda uma s�rie do que seriam antigos bra�os da Lagoa em tempos antigos se estendiam muito por terra adentro. O que resta desses "bra�os mortos" � simplesmente o leito de uma ribeira. Ao todo a estrada passa por tr�s desses antigos bra�os que restam da "Proto-Lagoa de Albufeira", chamemo-lhes assim, e que s�o os vales onde se desenvolvem os leitos das ribeiras da Aposti�a, Aiana e Alfarim.
Antes de ter chegado propriamente ao vale da lagoa, estava � espera de vez um caminho que me desse a oportunidade de explorar a margem norte da lagoa, de forma a encontrar um caminho, no caso da lagoa estar aberta ao mar, eu pudesse usar para regressar da costa a caminho da povoa��o da Lagoa de Albufeira e depois regressar a casa. Mas ficou provado uma vez, que uma coisa � o que aparece no mapa e outra coisa o que se passa na realidade. N�o existia tal caminho! Nem mesmo na margem sul da Lagoa, n�o aquis arriscar, mesmo para quem estava usando uma BTT mas praticando como ciclista de estrada, e n�o conhecendo o terreno.
Estava pessismista, decidindo que amanh� seria imposs�vel proceder � etapa da "Rota da Costa", e deixando o passeio Fonte da Telha/Meco para uma melhor oportunidade, uma em que a Lagoa estivesse acess�vel para ser atravessada ao p�. Portanto, por hoje, o objectivo seria chegar at� � praia da Lagoa, n�o sendo poss�vel, portanto, que as circunst�ncias fossem favor�veis. Depois de entrar na aldeia da Lagoa de Albufeira, uma localidade n�o muito bem definida, constitu�da por moradias e quarteir�es de vivendas aqui e ali, sem dar a entender ter uma zona que poder�amos entender como o "centro" da localidade.
Quando cheguei suficientemente pr�ximo da costa, exultei de alegria com aquilo que me deparava: afinal a lagoa estava encerrada ao mar. Os temporais de Inverno tinham feito o seu trabalho e mais uma vez procedido ao a�oreamento da entrada da lagoa. Afinal sempre era poss�vel proceder � aventura do dia seguinte!
Um aparte nesta cr�nica: nesta viagem, para al�m do fato de ciclista, tive oportunidade de experimentar uma mochila apropriada para a pr�tica da modalidade, daquelas modernas, levezinhas e com um tubo que permite ingerir �gua atrav�s de um bucal directamente sem ter necessidade de estar a tirar as m�os do volante! Tenho praticamente toda a vestimenta de ciclista - menos a camiseta e o cal�ado.
O regresso acabou por n�o se revelar a dificuldade que revelava, apenas provou que o trabalho de gin�sio de um m�s e meio est� a revelar aos seus frutos - quase n�o senti c�brias, mas tive algum receio que na descida desde a Rotunda da sa�da de Fern�o Ferra at� � entrada da herdade da Aposti�a (quando se come�a a ver a lagoa), transformada em "subida" quando se faz o trajecto inverso, fosse ter algumas dificuldades, mas nada disso acabou por suceder - tudo correu bem, mas mesmo demasiadamente bem, para quem n�o est� ainda experimentado para estas lides do ciclismo.
No regresso, parei na esta��o de servi�o da Agip � entrada de Fern�o Ferro para quem vem de Sesimbra, fiquei com pena que n�o tivessem uma zona de "reabastecimento" para ciclistas (mas � claro que t�m, o mais parecido � o medidor de press�o dos pneus) e ainda ouvir um sujeito resmungar: "Estes gajos do ciclismo n�o param de aparecer em todo o lado!". N�o sei que mal � que "os gajos do ciclismo" lhe fizeram, mas l� que h� cada vez mais gente a optar pelas duas rodas, de forma n�o s� para preservar o ambiente, mas tamb�m uma forma de evas�o do stress do trabalho como nalguns casos tamb�m j� como forma preferida de desloca��o ao trabalho durante a semana!
Fotos dispon�veis aqui
Bicycle ride to Lagoa de Albufeira at EveryTrail
Map created by EveryTrail:
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Se existe um dígito que , na actualidade sobressai entre os demais, esse algarismo é o nove. Isto porque aparece invariavelmente em quase tudo o que é preço: seja em refeições, produtos de informática, vestuário, etc. O algarismo nove, com a sua única perna estonteante a abrir-se a partir de uma circunferência no topo, é uma presença habitual no nosso dia a dia.
Quando, há uns anos, gozei com esta moda dos noves num panfleto publicitário do Lidl, que tinha acabado de chegar à minha terra, achei hilariante semelhante técnica, que no fundo é apenas mais uma forma de tornar a compra mais apetecível, retirando 1 cêntimo ao preço que deveria ser todo redondinho com zeros. É que no fim de contas quem fixa os preços parece que está à espera do analfabetismo matemático no poder de decisão dos compradores, fazendo que, com 1 cêntimo a menos, esse "inumerismo" possa subir as vendas. O único aspecto prático que é a consequência prática desta medida é que quem vende tem que ter sempre um cêntimo na caixa para dar de troco, cêntimo esse que vai enchendo de miúdos as nossas carteiras. E garante que a "micromoeda" de 1 cêntimo não se torna numa raridade.
Eu sou um grande apreciador de citrinos, laranjas, tangerinas e limões, adoro o perfume natural que estas frutas exalam, mas é uma coisa que não acontece com essa nova variedade de tangerina baptizada de "clementina".
Fala-se de criar frangos sem penas, salmões sem escama, melão sem pevide, e as clementinas são prova disso mesmo, têm aquela cor laranja muito carregada quase a aproximar-se do vermelho, para além daquele brilho proporcionado pelo excesso de óleo acumulado à superfície. Mas não me convencem. Não só não têm perfume como não têm qualquer ácido no sabor. Gosto do sabor levemente ácido das tangerinas tradicionais. Fui mal habituado a isso pelas árvores de fruto da minha avó. É com muito pena minha que assisto à generalização desta fruta "gay" pelas montras das frutaria, tomando o lugar da fruta das tangerinas que tanto gostava. Mas não são apenas os citrinos. Actualmente os morangos que enfeitam as montras são obesos quanto cheguem, e são mais insonsos que os morangos modestos que comia em criança. Poder-se-à dizer que é resultado do avanço infatigável da humanidade em controlar o seu meio ambiente. Mas eu duvido que estes espécimenes resultantes da selecção humana tenham uma capacidade reprodutiva satisfatória se fossem submetidos a uma procriação com os seus antepassados naturais. Podem criar frangos sem penas à vontade, mas eles é que nunca hão-de vir parar à minha boca, não!