Domingo, Julho 24, 2005
Matrix
J� que estou numa de recuperar algumas das minhas artigas opini�es que andam a� algures espalhadas pelo ciberespa�o, deixo aqui uma que escrevi h� uns cinco anos para uma coisa que na altura se chamavam newsgroups (ou grupos de discuss�o, em portugu�s), que alguns dos mais recentes internautas n�o devem conhecer, mas que, numa altura em que ainda n�o existiam as actuais comunidades baseadas em f�runs que usam software, do qual o mais conhecido � sem d�vida o phpBB. Aqui fica o meu artigo sobre o grande sucesso da s�tima arte de 1999 - a obra-prima dos irm�os Wachowski - Matrix:
N�o foste o �nico de certeza, pois eu na noite em que vi o filme passei-o a
"digerir" (o fime) em sonhos - nessa noite era s� na "Matrix" que pensava,
em nada mais mesmo.
Foi interessante rever Keanu Reeves num papel semelhante �quele em que
desempenhou em "Johnny Mnemonic" - parece-me que o actor havaiano arrisca-se
a vir-se a tornar um actor-tipo para este tipo de filmes - da cultura
"cyberpunk" - para al�m dos excelentes pap�is que desempenhou noutros filmes
como por exemplo "Speed".
A prop�sito das ideias que v�m ao de cima durante a apresenta��o do filme
estou agora a ler o livro "O Zoo Humano" de Desmond Morris - espero que o
assunto em que me vou debru�ar de seguida n�o torne este post demasiado
"off-topic" - publicado pela Europa - Am�rica. Nele, o autor, j� conhecido
doutro livro anterior - "O Macaco Nu" - refere que o ser humano de hoje em
dia exibe muitos comportamentos comuns com os animais que vivem enjaulados
no zoo. Penso que este filme "mexe" com o espectador na medida em que deixa
vir "� tona" sentimentos comuns a muito boa gente - da impot�ncia que
sentimos face o mundo de que fazemos parte, do modo como ele nos esmaga ou
aprisiona. Neste filme, as artes marciais s�o vistas como uma forma de
combater a "Matrix" - n�o admira, pois muita gente encontra nelas formas de
escape � nossa vida ritualizada de todos os dias. Para confirmar esta ideia
basta salientar como Neo (a personagem de Keanu Reeves, se bem se recordam)
desperta para a fatal realidade - � atrav�s dum comprimido - tal faz-me
lembrar as "tripes" que muito boa gente gosta de experimentar para entrar
"noutra onda" que a nossa realidade quotidiana n�o permite.
Por outro lado, este filme teve em cond�o de me fazer despertar perguntas a
mim mesmo - at� que pontos podemos confiar na nossa realidade? N�o estar�o
os nossos sentidos a iludir-nos? Esta ideia � t�o antiga desde Plat�o - que
fez refer�ncia a ela na sua famosa "Alegoria da Caverna".
Para al�m de tudo o que ficou acima dito, h� ainda a salientar o retrato da
condi��o humana que este filme transmite - a ideia de uma imensa col�nia de
seres humanos a viverem em casulos para alimentar energeticamente as
maquinas que dela dependem - � uma alegoria macabra (na minha opini�o) do
mundo dos nossos dias.
0 Comentários:
Enviar um coment�rio
<< Início