Foi este filme �nico que fui ver ontem nos claustros do antigo Convento do Carmo, integrada na
6� mostra de Cinema Europeu de Tavira, organizado pelo
Cineclube de Tavira. Este filme � �nico porque � a primeira vez que vemos um filme sobre a Segunda Grande Guerra contado do lado de uma das na��es que a perdeu, a Alemanha. O filme � contado do ponto de vista da jovem secret�ria pessoal do f�hrer,
Traudl Junge , que o via como uma figura paternal, sendo bocado produzido de acordo com essa perspectiva, podendo parecer a alguns espectadores uma tentativa de desculpabilizar o maior respons�vel pela maior m�quina de ceifar vidas da hist�ria. Mas n�o se trata disso, a figura interpretada por
Bruno Ganz acaba por confirmar em grande medida a ideia de um homem p�rfido, uma figura que n�o respeitava as diferen�as e que se orgulhava de supostamente ter conseguido eliminar todos os judeus da Europa e algumas coisas mais que s�o de sobremaneira do conhecimento de toda a gente. A forma como queria deixar morrer o povo alem�o pela forma como supostamente se tinha deixado perder na guerra, e por esse motivo n�o pretender merecer permanecer a existir, consubstanciando dessa maneira qualquer esfor�o por parte dos seus colaboradores mais imediatos como Himmler, que pediam para fazer a paz com os aliados, de forma a evitar o maior sofrimento por parte dos alem�es. O filme � consistente e muito objectivo em rela��o a todos os factos que se passaram. N�o existe em nenhum ponto, por aquilo que me � dado ver, que se possa ter feito fic��o.
Isto � um filme que s� podia ter sido realizado pelos alem�es, porque se o fosse por parte de outra proveni�ncia, nunca seria real, por parte de um povo que um guarda na sua consci�ncia colectiva todos os males perpretados durante 12 anos de nazismo no poder e 6 de guerra. Este filme acaba por ser se calhar um bocado o descarregar desse sentimento de culpa que os alem�es guardaram durante mais de sessenta anos, e que lhes ainda est� atravessado na garganta.
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